segunda-feira, 17 de maio de 2010

Uma história da minha avó


Soldado, soldadinho, tá tão triste, anda na guerra...
Ou te lembra pai ou mãe, ou ares da tua terra...
Não me lembra pai nem mãe, nem ares da minha terra... Só me lembra a minha amada, que era linda e donzela... Se era linda e donzela, dar-ta-ei por 7 anos! Ao cabo de 7 anos, soldadinho hás-de debandar...
Montou no seu cavalo e o cavalo tuliou...
não tulies tu cavalo, não tulies tu aqui...
Sou a amada do teu amo, algum dia eu o servi...
Se tu és a minha amada, porque não te abraças a mim? Porque já não tenho abraços com que te abraçava a ti. Venderei o meu cavalo para missas para ti, e se não chegar o meu cavalo, venderei-me eu a mim! Nem vendas o teu cavalo, nem te vendas tu a ti, quantas mais missas me dizes, mais penas são para mim... A noite em que eu morri, foi de tristeza para mim, em vez de me lembrar de Deus, só me lembrava de ti! Uma menina que nós tivemos entremeio de ti e de mim...
Quando vais para a igreja, leva-a diante de ti,
para que não se perca por homens, como eu me perdi por ti...
Adeus meu amor, adeus mas ai de mim...
Eu vou para umas penas, para um século sem fim!